segunda-feira, 3 de maio de 2010

New Life

Actually, I don’t know exactly the reason why I am venturing myself. I have been warned by my co-workers that I don’t have any talent for writing. Maybe what I have is a big grasp of reading and that’s it. But, perhaps, what I have to say should be much more than simple rhymes and beautifully arranged words. Perhaps what I should be saying that I do not belong. Anywhere I go, there is a little voice reminding me that I do not belong. But, what and who has the guts of saying who belongs and to what, and to where? Let me remind you, I was born in Brazil, lived in São Paulo for 27 years of my life, moved to LA for a short while to stay with a Native American boyfriend. I felt completely marooned there, with him, with myself. I’ve come back home, started studying, finished an accomplished masters in Northern Irish poetry and started a PHD which resulted in my going to Belfast. But, not so fast, before that I was accepted as a professor in the Federal University of Bahia, Salvador. If you don’t know the story of Salvador, google it. Wikipedia will give you a better answer that anyone would. But, I’ve yet to know Salvador and its daily routine. I’ve forgone opportunities to be in Belfast to be in Salvador. Anyway, this chapter is way too much complicated for me to summarize its ins and outs in a few sparse lines. From this lesson, I learned that if you don’t have money, you’re screwed, of to put it in better terms, history is made my men under the conditions that are presented to him. In other words, history is told once as tragedy, and then again as farce, and then again as a punch in the stomach. Blood will be always on your mouth and you’ll taste its bitter sweet compulsion. I am going to Salvador this week. I’ll visit my new home and start a new life. If you think this is of any use, please come along with me and bear my spelling, grammar and collocations mistakes. After all, we have nothing but language to make sense of our experience. But language, I do not master, and I do not know how to beautifully arrange its organizing principles…

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

“The Flower and the Nausea” (1946)

Carlos Drummond de Andrade

“The Flower and the Nausea” (1946)
Translated by Viviane Carvalho da Annunciacao

Stuck to my class and to a few clothes
I walk in white through the grey street
Melancholies, marketers peep on me.
Shall I go until nausea?
Shall I, without arms, rebel?

Filthy eyes on the clock of the tower.
No, the time is yet to come of complete justice
Time is yet of stool, bad poems, hallucinations and wait.
The poor time, the poor poet
are cast in the same deadlock.

In vain, I try to explain, the murals are deaf.
Under the skin of words, there are ciphers and codes.
The sun consoles the sick but do not heal them
The things. How sad are the things considered with no emphasis.

To vomit dullness through the city.
Forty years and no problem
solved, even posed.
No letter ever written, nor received.
All men go back home.
They are less free and yet they carry the paper
and spell the world, even though knowing they’ve lost it.

Crimes of the Erath. How to forgive them?
I took part in many, others I hid.
I found some beautiful, they were published.
Soft crimes which help to survive.
Diary ratio of mistake, distributed through the house.
The ferocious bakers of the evil.
The ferocious milkmen of the evil.

Set fire in everything including me
In the 1918 boy they used to call anarchist
But my hate is my best
I am saved by it
and, to the few, a little hope I give

A flower was born on the street!
Away you go, streetcars, buses, steel river of traffic.
A lack-lustre flower
tricks the police, tears the asphalt
I beg of you to silence, paralyse the business
I assure you a flower was born.

Its colour is not perceived.
Its petals are not opened
Its name is not on books

I sit on the pavement in the capital of the country at five o’clock in the afternoon
and slowly I stroke its insecure form
Beside the mountains, massive clouds gather head.
Little white spots moved into the sea, hens in panic
It’s ugly. But it’s still a flower. It has pierced the asphalt, the dullness, the disgust and the hate.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Atena


Enquanto o mundo lá fora continuava a correr em passos acelerados de gavião, Atena olhava a espada pendurada em sua parede. Ela olhava para a avenida conturbada enquanto acariciava a lâmina afiada. Sangue, um descuido e a fatalidade. Não há o que fazer além de mirar o dedo a pingar o sangue dos guerreiros, a escorrer a escama da escória. A saliva entra em contato com a fluidez do ferro e fecunda o fruto da ferocidade: um barulho e tudo silencia. O mundo resolve se vingar e oferece uma batida, uma colisão: um carro e um caminhão; um ônibus e pessoas. Os corpos sofrem, a lágrima desce, Antena se ajoelha e faz uma prece. No fim do dia, a guerreira torna-se cristã e veste a armadura dos templários. Nesse momento ela persegue indianos, paladinos, judeus, messiânicos, Jeová e bispas Sônias: insônias, nesse segundo ela chora por uma civilização carente de cuidados e laços, brinquedo de centauros, filhos de esfinges. Idílios e vidrilhos de luzes espalhadas pelo universo: estrelas do firmamento. Laço, desenlaço, descalços e dispersos, mendigos a implorar alguma outra forma de negação, a afirmação. Atena larga a armadura na varanda e agarra a espada. Em forma de cruz, ela aponta a fina lâmina para o caos de lá de baixo e fecha os olhos, e vê Odisseu e vê Aquiles, e vê a civilização e a barbárie, puxa rápida a lâmina contra seu corpo e se cala, e se fecha e se olha a se olhar na lâmina translúcida. O tombo, o rombo o eixo de pessoas circundado os veículos, a batida, a porta, a horta, a aorta, morta. Sem vida, na lida e na ida. Sem eira, nem beira. Nua, o menino precisa de ajuda, a mãe está nas ferragens, o ferro da guerreira pode salvá-la. Ela se prostra, não se mostra como uma ostra, mas como o vento. Pega o menino pela mão, a beija, o beija, corre para o campo e dribla os animalescos inimigos, vestidos com Armais e Guccis, Pradas e Dolces, Gabbanas, Gabriellas, vê a mulher, saca a espada, recupera sua mãe. Sem dor a mulher desfalece, o corpo já sem vida padece e esquece que precisa viver. Ela agarra a espada e fere o pulso. Erra. Ela mesma não consegue a absolvição de uma vida inteira de frustração.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Despedaçada




Como uma névoa inebriante a envolver o vulto da névoa eu pulo mais alto e calo e despedaço. Sou eu quem se fragmenta como um ferro, ferido sem fado nem fardo, nem farda. Morte sem dor nem culpa, culto do sangue e do nome: absolvição. Aniquilação de uma parte desforme que se formou pela madureza do fruto: infrutífero. O Belo se torna feio e o mundo se despedaça: desgraça, fumaça, desenlaça numa praça, a massa, de macarrão, de dor de dente, de ente, sem mente. Sou nova, renascida sem fênix nem ônix, mas mesmo bonita, sem guita para amarrar meus pedaços despedaçados e descalçados como meninos a rodear a catedral da Sé na noite de natal, com seus estômagos famintos e suas mãos em posição de saco para entoar tons, canções, paixões, de borboletas voando ao redor dos doze apóstolos posicionados em frente ao seu monumento central. É lógico que estão zonzos de cola. É lógico que estou zonza de hora, de chora, de mola, de marola e saiote. Vem comigo para o lar do sonho, onde tudo pode acontecer e nada vai acontecer e o coronel olha: tome tento menino, larga essa sacola e volta para a escola. Sim, senhor. É senhor, a festa acabou, mas só eu que ainda restei sóbria. Talvez seja por isso que cheguei à beira do precipício e pulei e chorei e me apaixonei. Sim, um certo moço que escreve coisas tão faceiras e quer começar uma revolução. Sim, mãos à obra. Temos um mundo para tomar. Mas, espera, foi o mundo quem parou ou o automóvel. Contenha, concentre, não se mecha, não faça, não sinta, não, não, não pode, não deve, não deve, não, deve! Não?! Deve. Não... deve? O albatroz foi assassinado pelo marinheiro e agora o mundo perece. Os marinheiros pegaram o tal e o fizeram de tonto, com cigarrinho na boca, parecendo que etava pitando um pito. Ele não sobe, sou eu quem desce e olha para o bichinho, vem, vem comigo, o mundo está esperando por nós. Não escuta? Estão ouvindo o barulho da flor irrompendo o asfalto? Albatroz, tão bonitinho, pega minhas partes despedaçadas e faz delas uma chuva de molho ao vento. São milhares de gotículas espalhadas por São Paulo, mas eu subo e não estou mais aqui. Segue bichinho, luta por seu espaço, quem sabe eu não traga um trevo para dar sorte?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Blue Rose


It all starts with a pulse, a pick, a lick, a pack, a bag, a star a flickering flicker of a fucking flame. It may be paranoia or sweet fixation but the thing is, the truth is, the fucking truth is that you are the fucking one that make me enjoy a good fuck. I do appreciate that, would you see your way of making me cum again? Surely, you say, my pleasure you say, and with my both hands I caress the top of your mountain, make a molehill out of a mountain, a river out of riveting rigid waters, waiting, waving and splashing in a sweet sound of surrender. Your touch, your lips are a sent sentenced to salvation, salutation, stance and softness. I miss you when you cry like a baby in my arms and play with imaginary toys taken from the Wonderland of a dream. Dream? Wipe cream to wipe away your troubled days. Enter the blue shadow of a bubble, bottle of bottomless blossom, yes, do not hesitate and devour the present gods have given your tongue: to speak the language of the ghosts, the guttural dins of a dumb heart and a belonging soul. Seas of memories mourning for a death awakening, forget it, swim with me in my internal fluids flowing in the flawless flow of fantasy, the fact is, the fucking fact is that I am all yours and that is late, that is the latter, that is the loneliness of a lonesome love. I love when you take me to that path and make me tread with my feet the bumpy roads of roar. The roaring thunders of a corridor of darkness. I love to love, I love to have and I hate to loathe and I love the love and the hate and the loath I have for you, and I want to kill you and thrill you and feel you. Is that all right? Would I put you to the trouble of making me dream again? No, never. So, let’s go, pick up your horse, I pick up my sword. Let’s ride!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Casa comigo?!

Procuro seu corpo como o lambari sedento por lambidas e lampejos e despejos. Cartas roubadas e sonhos suspensos. Procuro seu corpo como rosa madura presa no calcanhar do asfalto e louca por semideuses. Fotos de anúncios e máquinas de lavar me fazem procurar por seu corpo debaixo do sofá e em cima da cama. Em uma busca adjetival tombo com seus olhos na escada e peço para o anjo do armário cuidar de você e trazer as suas mãos para que eu possa tocar com elas. Seus lábios estão perdidos na tela de meu computador. As suas duras palavras brincam com as artérias de meu coração, queimam com ferro em brasa as minúsculas veias de minha sanidade com um enorme ponto G. Sentimentos perdidos num cais a meia noite, digo Adeus, você não vem? Mas sou linda e em meus cabelos uma trovoada de diamantes fazem caracóis de corcéis cor de purpurina. Sou linda para você e ofereço a ambrósia dos deuses, e você está sem fome do sublime e prefere o baixo. Digo tudo bem, eu digo, sem problemas, e ok, sem saber que, implicitamente já estou indo embora e tirando os seus olhos, as suas mãos e os seus lábios de mim. Nada pode ser tão caramelo e belo como o que sinto por você, mas é camelo e contenção. Sim, por você, sim, eu digo sim e viveria como uma Penélope, sim, preciso limpar e fazer faxina, sim. Ontem vi a primeira vez que o vi vivo, vendo vários viveiros de viúvas víboras... olha como não consigo me expressar porque tudo que sinto é maior do que palavras e menor do que a ficção. Não pode ser tão sofrido, diz você, mas como não pode se você sou eu me lembrando de quem eu sou toda hora e querendo que eu seja eu em uma sinestesia desafeiçoada e embrulhada com melodramas e épicos pós-vida. Tem um homem que ensina língua neo-helenica e chama Probano na rua perto da Paulista, casa comigo, vai? Não, não dá, nunca deu. Casa comigo? Eu te dou uma vida de rei? Casa comigo e esquece que existe vida, planta uma flor no asfalto, assobia para as crianças e acaricia a minha face. Não, não dá, flor. A missão não é minha, a vida não é minha, mas você é eu e eu sou a Helena. Lembra? A de Tróia, roubaram a coitadinha e fizeram a maior confusão só por causa dela, só por causa dos seus cabelos com ouro fundido... só por causa da sua mente sem dente, mas com pente e beleza. Sabia que você é lindo e eu roubaria você para mim amanhã. Levaria seus olhos, seus cabelos, suas mãos para longe comigo e te daria de comer, vestir e beber. Casa comigo? Te dou vento, te dou susto e pânico. Casa comigo? Na minha mente vai dar, você sou eu e eu sou a Helena.

sábado, 18 de abril de 2009


Heart, I don’t wish it to beat.
Life, I don’t wish you to live.
Love, I don’t wish you to love.

But all, being so diffuse
Profuse, they all fuse and fusillade
A feeling…
A pain…
A gain…
A loss
A lone.